Humildade é necessário

Sem títuloDias atrás eu estava lendo juntamente com minha esposa o livro de Filemom e tive alegria enorme por ter feito isso, visto que paramos e refletimos sobre essa obra prima de Paulo.

Quando sentamos e resolvemos meditar juntos, sobre livros que tínhamos pouca familiaridade, me deu a impressão que seria muito complicado pois trata-se de obras pouco utilizadas nos púlpitos e estudos. Mas encaramos e começamos a ler, maravilhados com o exemplo do apóstolo Paulo.

Em primeiro lugar, porque o texto deixa claro que Paulo escreve em prisão, em meados de 67d.C. lá em Roma, com a intenção de fazer a paz entre um senhor rico (Filemom) e um escravo (Onésimo), do qual tinha causado prejuízo a seu senhor. Ora,quantos de nós em situação parecida lutaríamos por essa paz? É muito comum, nestas condições, ficarmos do lado afetado (do senhor rico) em detrimento daquele que errou e errou feio. Acredita-se que ele danificou e roubou seu senhor antes de fugir.

Paulo, sabedor da vida integra de Filemom, escreve enumerando as qualidades de um bom cristão que ele tinha: amor por Deus e pelos irmãos, fé em Deus e comunhão. Este senhor rico, não era um cristão fajuto como em muitos casos encontramos por aí, onde permitem que o sucesso, o dinheiro, o status social venham a interferir na sua vida. O texto nos afirma que muitos irmãos foram reanimados espiritualmente por esse homem, contrastando com nossos tempos e com outras pessoas que se utilizam da sua condição para passar por cima de outrem. Não é difícil encontrar endinheirados “pisando” nos mais pobres (dentro das igrejas) onde deveriam ter uma postura diferente: Amparando, ajudando, estendendo a mão, etc. era como se Paulo dissesse: “Filemom, eu sei que você é, você não se utiliza de sua condição social para querer ser melhor do que ninguém, pelo contrário, você tem sido uma benção para os irmãos que lhe rodeiam”.

Mas passado o momento de enaltecer esse homem, Paulo já evoca para si toda autoridade que foi dada por Deus a ele. Paulo tinha essa consciência de que era alguém influente e importante (não no sentido pejorativo). Ele sabia quem ele era, sabia da sua condição, ao ponto de dizer que deveria ser imitado e que foi o próprio Deus quem o resgatou e o fez apóstolo. Mas percebam que ele não usa isso em favor para dar ordens a ninguém, muito menos a um companheiro seu (Filemon era um amigo). Talvez por sua idade (o termo velho é citado no versículo 9) seria muito mais cômodo, enviar tal carta dizendo o que tinha que ser feito. Mas Paulo surpreendentemente PEDE que Onésimo seja perdoado (sim, aquele escravo que roubou e danificou a propriedade). Ele tem a convicção plena que Onésimo havia sido restaurado e como qualquer outra pessoa deveria receber o perdão.

Eu não duvido que em muitos casos devemos esperar muito tempo para termos certeza da conversão de alguém. São inúmeras as vezes que vemos pessoas “aceitando Jesus” mas que não foram regenerados pelo Espírito Santo. E essa certeza Paulo tinha sobre Onésimo. Ele se mostrara um servo não mais apenas de Filemom, mas sim um servo/escravo de Cristo, ao ponto de Paulo desejar ficar ele na própria prisão para auxiliar nos trabalhos evangelísticos e doutrinários que Paulo desenvolvia. E novamente Paulo nos dá uma lição de humildade: nada, porém, quis fazer sem o teu consentimento” vers.14. Dando-nos a entender que respeitava a decisão do seu amigo pudesse tomar sobre seu escravo.

Meus queridos irmãos, que humildade extraordinária! Esse homem entendeu bem sobre ser servo de Cristo. Não à toa, ele escreve aos Filipenses que eles deveriam considerar os outros superiores a si mesmos, para que houvesse humildade e unidade.

Ele sabia que o exemplo maior foi o de Cristo, que não julgou com usurpação o ser igual a Deus, antes a si mesmo se esvaziou, assumindo a forma de servo (Filipenses 2:6-). Se o seu Deus agiu dessa forma, é claro que ele faria o mesmo. A vida de Paulo é um exemplo grandioso que nós temos.

Se por um lado vemos um homem cheio de posses/rico sendo uma alegria para Paulo, por conta do amor aos irmãos e fé em Deus, do outro vemos o próprio apóstolo demonstrando humildade diante de amigos/filhos na fé.

Diego Hallen

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