A SANTIDADE DE DEUS

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“Quem te não temerá, ó Senhor e não magnificará o teu nome? Porque só tu és santo…” (Ap. 15:4).

A santidade é a excelência propriamente dita da natureza divina: o grande Deus é “… glorificado em santidade...” (Êx 15:11). Daí lermos: Tu és tão puro de olhos, que não podes ver o mal, e a vexação não podes contem­plar…” (Hab. 1:15). Como o poder de Deus é o oposto da fraqueza inata da criatura, como a Sua sabedoria está em contraste com o menor defeito de entendimento ou com a menor insensatez, assim a Sua santidade é a própria antítese de toda mancha ou corrupção moral. No passado Deus designou cantores em Israel para “que louvassem a Majestade santa”, ou, na versão utilizada pelo autor, “que louvassem a beleza da santidade” (2 Cro. 20:21). “O poder a mão ou o braço de, Jesus, a onisciência os Seus olhos, a misericórdia as Suas entranhas, a eter­nidade a Sua duração, mas a santidade é a Sua beleza” (Stephen Charnock). É isto Que, acima de tudo, torna-o amorável aos que fo­ram libertos do domínio do pecado.

A santidade de Deus se manifesta em Suas obras. Justo é o Senhor em todos os seus caminhos, e santo em todas as suas obras” (Sl 145:17), Nada senão o que é excelente pode pro­ceder dEle. A santidade é o padrão de todas as Suas ações. No princípio Ele declarou que tudo o que tinha feito ‘”era muito bom” (Gn 1:31), e não poderia ter feito o que fez se nisso houvesse algo imperfeito ou impuro. O homem foi feito “reto” (Ec 7:29), à imagem e semelhança do seu Criador. Os anjos que caíram foram criados santos, pois se nos diz que “… não guardaram o seu principado, mas deixaram a sua pró­pria habitação...” (Judas 6). Sobre Satanás está escrito: “Per­feito eras nos teus caminhos, desde o dia em, que foste criado, até que se achou iniquidade em ti” (Ez 28:15).

A santidade de Deus se manifesta em Sua lei. Essa lei proíbe o pecado em todas as suas variantes -— nas suas modalidades mais refinadas, e nas mais grosseiras, os intentos da mente, como a contaminação do corpo, o desejo secreto como o ato abertamente praticado. Pelo que lemos: “…a lei é santa, e o mandamento santo, justo e bom” (Rm 7:12). Sim, “… o mandamento do Senhor é puro, e alumia os olhos. O temor do Senhor é limpo e permanece eternamente, os juízos do Senhor são verdadeiros e justos juntamente” (Sl 19:8-9).

A santidade de Deus se manifesta na cruz. De maneira espan­tosa, e, contudo, a mais solene, a expiação demonstra a santidade infinita de Deus e Seu ódio ao pecado. Quão odioso para Deus” há de ser o pecado, a ponto de castigá-lo até ao limite extremo do seu merecimento, quando o imputou ao Seu Filho! “Nem to­dos os vasos do juízo já derramados ou por derramar sobre o mundo ímpio, nem a chama ardente da consciência do pecador, e nem a sentença irrevogável pronunciada contra os demônios re­beldes, nem o gemido das criaturas condenadas demonstram o ódio de Deus ao pecado, como o demonstra a ira de Deus derra­mada sobre o Seu Filho. Nunca a santidade divina parece mais bela e mais amorável do que na hora em que o semblante do Salvador ficou por demais desfigurado em meio aos estertores da Sua agonia mortal. Ele próprio o reconhece no Salmo 22. Quando o Senhor afastou dEle o Seu risonho rosto e Lhe fincou no coração aguda faca, provocando Seu terrível brado, “Deus meu, Deu meu, por que me abandonaste?” (vers. 1). Ele adora esta perfei­ção — “Tu és santo” (vers. 3).

Posto que Deus é santo requer-se de nós que nos aproxime­mos dEle com a máxima reverência. “Deus deve ser em extremo tremendo na assembleia dos santos, e grandemente reverenciado por todos os que o cercam’” (Sl 89:7), Portanto, “Exaltai ao Senhor nosso Deus, e prostrai-vos diante do escabelo de seus pés, porque ele é santo” (Sl 99:5). Sim, “diante do escabelo dos seus pés”, na postura da mais profunda humildade, prostrai-vos.

A.W. Pink

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